Denis Nikitin faz sua declaração em Bryansk
Denis Nikitin faz sua declaração em Bryansk


Neonazistas russos criaram nova unidade para lutar ao lado da Ucrânia. O grupo e seu líder tem atividades passadas conhecidas e publicamente documentadas.

Entre os dois primeiros dias de março, ocorreu uma infiltração militar no território russo da região de Bryansk. Segundo fontes russas, civis foram atacados e pessoas tomadas como reféns: dois civis morreram e uma criança ficou gravemente ferida. Um grupo identificado como “Corpos de Voluntários Russos” (“russkiy dobrovol’nyy korpus”, com a sigla RDK) fez um vídeo ao lado de um prédio público em Bryansk declarando que estavam lá para “mostrar para o povo russo que é possível ser livre com armas nas mãos”; outros vídeos foram divulgados porém esse causou mais impacto. O grupo negou, no entanto, ter realizado os disparos contra alvos civis.

A Rússia realizou um “massivo ataque de retaliação” no dia 9 contra várias localidades da Ucrânia.

A unidade foi anunciada no dia 11 de agosto de 2022 em um canal do Telegram criado em julho de 2022, e pelo o que restou dos posts anterior ao dia 11 de agosto, o canal exibia voluntários russos do Batalhão Azov (compartilhando conteúdo antigo, como do ano de 2017). Desde então, o grupo dá entrevistas públicas para canais ucranianos e compartilha materiais audiovisuais mostrando seus combates.

O líder ideológico e militar da formação é Denis Nikitin (nome original: Denis Kasputin) também conhecido como “WhiteRex”. Nikitin é uma figura conhecida em meios públicos muito antes dos ataques em Bryansk. No início de 2019, a Der Spiegel fez uma matéria sobre ele: “O guerreiro neo-nazi”.  Acrescentando uma camada de ironia e confusão na realidade, a revista alemã averiguou que a família dele migrou em 2001 como “refugiados judeus”. No momento, jornais russos estão indo mais longe e apontando de onde vem sua ascendência judaica: ele seria neto de Efim Aronovich Karpmansky, veterano que lutou contra os alemães na Segunda Guerra e se tornou um respeitado diretor de circo em Sochi.

Denis Nikitin nasceu na Rússia e com 18 anos foi para a Alemanha; de início ele circulou entre os meios hooligans dos dois países.  Em uma entrevista para o site ucraniano de Ultras “TroubleMakers”, recuperada por uma matéria do Zaborona, Nikitin diz não gostar de futebol mas dos confrontos. Ele também se orgulha de ter forçado os Ultras de Cologne (Alemanha) expulsarem “elementos interraciais”, como “turcos e ciganos”, defendendo a “supremacia branca” contra “árabes e outros macacos”. O russo foi processado criminalmente na Alemanha pelo envolvimento em uma briga de fãs do Cologne FC em 2014 – o caso fechou em 2017 e não existem informações disponíveis sobre como terminou para Nikitin.

Mais tarde, criou a marca de roupas WhiteRex, voltada sobretudo para o público de extrema direita e neonazista. Tendo participado de brigas informais entre hooligans e de um torneio de MMA da cena neonazi alemã, Nikitin decidiu ampliar a WhiteRex e organizar torneios de MMA com a marca a partir de 2011, o que mobilizou sobretudo elementos da extrema-direita da Europa mas conseguiu também algum sucesso comercial. Na Rússia, pessoas do Cáucaso não podiam participar dos seus torneios – ainda assim o evento “O Nascimento de uma Nação” foi um sucesso. Apesar desse sucesso, o centro de combate ao extremismo do Estado russo começou a monitorá-lo; na Bielorrússia, seu torneio foi proibido em 2013. É por essa época que meios antifascistas começam a prestar atenção em Nikitin e apontar que nesses eventos ele levantava dinheiro para neonazistas presos.

Com sua marca propondo um “estilo de vida”, o militante termina a entrevista ao TroubleMaker com uma mensagem motivacional e a saudação “Sieg heil”.  Ele circulava muito bem por esse mundo: envolvido na organização de neo-nazis alemães, sobretudo em concertos de rock, se tornou próximo de lideranças do NPD como Thorstein Heise e Tommy Frenck. Junto de uma delegação alemã, Nikitin visitou o membro da SS e criminoso de guerra Erich Priebke (que participou do massacre de Roma). Com partidos e movimentos de toda Europa, Nikitin ministrou cursos e realizou eventos.

Os acontecimentos na Ucrânia e o crescimento dos movimentos neofascistas depois do Euromaidan em 2014 marcaram uma nova fase na vida de Denis Nikitin. O promotor neonazista se uniu a outro homem muito parecido com ele mesmo: Arseniy Bilodub, que promovia eventos de MMA e concertos neonazistas no território ucraniano. Seguindo sua preferência política, Nikitin se aproximou do Batalhão Azov de Andriy Biletsky. Os dirigentes do partido fruto do Batalhão Azov, os “Corpos Nacionais”, são abertamente gratos ao extremista russo por ele ter aberto portas para o movimento no oeste da Europa e ter desempenhado o papel de representante do movimento no exterior. Junto do Azov, Nikitin passou a gerir o restaurante “Reconquista” em Kiev, onde se realizava e transmitia eventos de luta durante os fins de semana.

Esses torneios na Ucrânia chamaram muito a atenção da opinião pública quando serviram como um centro de contato dos radicais ucranianos com movimentos dos Estados Unidos. Outro eixo dessas relações internacionais foram eventos musicais como “Asgardrei”, envolvendo o Batalhão Azov, Nikitin e o russo Alexey Levkin. Levkin participou de grupos extremistas na Rússia responsáveis por ataques em cemitérios islâmicos e judaicos, além de ter sido arrolado em uma investigação de assassinato. Sua participação em um ataque a um cemitério de Tver culminou em uma sentença de tratamento psiquiátrico compulsório. Criou o grupo de black metal extremista M8l8th e é um dos fundadores da WotanJugend, que é uma plataforma, marca e “movimento” neonazi – existe uma relação profícua de promoção mútua entre essa plataforma e Nikitin (o que inclui a divulgação de outras lojas ligadas a Levkin). Os dois fazem parte do “Centro Russo”, que congrega extremistas russos exilados na Ucrânia. Na Ucrânia, Levkin lutou no Batalhão Azov e se declarou um ideólogo da milícia criada posteriormente pelo movimento Azov.

Em certo período, Nikitin parecia preocupado em negar acusações de neonazismo, apesar dos símbolos utilizados em sua marca de roupa: em 2016 rejeitando outros rótulos em prol de “nacionalista” em uma matéria em que seus companheiros aparecem com suásticas (pura e simples) tatuadas; em 2013 fazia um esforço maior para se apresentar como um empresário e seus eventos desportivos como “apolíticos”, fazendo uma defesa tímida de um outro extremista que estava famoso nas redes sociais, Maksim Tesak – mesmo que Tesak tenha realizado discursos em mais de um dos eventos do White Rex. A exclusão que ele fazia de lutadores do Cáucaso em seus eventos seria apenas “por questões de segurança”.

Hoje, Nikitin é bem mais aberto em relação a suas preferências, a começar pelo o que expõe em seu canal do Telegram. Sua atitude de glorificação da figura de Maksim Tesak é um bom exemplo disso: Tesak morreu em uma prisão russa e Nikitin compartilha uma imagem do seu túmulo coberto de símbolos nazis, “esse sim é o túmulo de um herói”. No canal, temas comuns da extrema direita na Rússia, sobretudo a de orientação neonazi: a Federação Russa é uma farsa por ser multiétnica e multinacional, dominada por “judeus, azeris, daguestanis, chechenos, tajiks, armênios” (e que o próprio Putin seria um tuvano não-russo).

Textos sobre nacionalismo étnico e hostis a outras nacionalidades que compõem a Rússia. Inventivas contra os pró russos na guerra ucraniano, tratando-os como bandidos (identificados também como “chechenos e buryatis”). Reflexões sobre seu passado hooligan (“preparação para algo maior”). Discurso anti-soviético; revolta com uso da simbologia soviética por tropas russas. Temas comuns da guerra cultural da direita ocidental, algumas imagens de ostentação e auto-promoção.

Em um comentário mais longo sobre a federação de lutadores de MMA na Rússia e as regulações do Ministério dos Esportes, em maio de 2022, critica a organização por ser “dominada por gente do Cáucaso” (daguestanis e chechenos), afirmando que no seu torneio só entravam “lutadores brancos”. No meio disso tudo, uma edição estilizada com a face de Adolf Hitler: “a pessoa que nos deu a luz da Ideia é bem conhecida por vocês”. 

Nikitin também fez, recentemente, uma lista de canais que ele recomenda. Sem muita variedade. Um canal sobre “Beleza Branca” com fotos de belas mulheres europeias, propaganda entre uma foto e outra: grupos armados ucranianos pedindo dinheiro e lojas que vendem parafernalha nazista. Alguns canais com materiais do Terceiro Reich. Outros ainda falam sobre os “planos de Putin para substituir a população russa”, entre elas a página pessoal de Alexey Levkin.

As páginas que defendem o RDK falam de “verdadeiros russos que lutam contra chechenos e buryats”. Uma página celebrando a memória de Martin Tesak. O nódulo mais importante nessa rede da lista de Nikitin, no entanto, é precisamente a página da WotanJugend – que publica uma variedade de materiais sobre grupos armados na Ucrânia, manifestações na Rússia, glorificação de Adolf Hitler e extremismo em geral (incluindo a memória do homem que fez o massacre de Christchurch). Comentando as celebrações da vitória na Segunda Guerra do ano passado, a página diz que são “condenações do nacionalismo” e “celebração da memória do canibal Stalin”.

Nessas páginas também temos outras listas de recomendação em destaque, que são normalmente versões ampliadas da compartilhada recentemente por Nikitin: encontramos uma página de nome “Hitlerismo Esotérico”, em que se prega que um “Nacional-Socialista Branco” deve colocar esse princípio acima de “conservadorismo, cristianismo, satanismo, wotanismo, nacional-patriotismo” ou qualquer coisa. A página compartilha conteúdo pro ucraniano em relação ao presente e ao passado, chamando Roman Shukeyvich (líder do Exército Insurgente Ucraniano nos anos 40) de “eterno”. A página também compartilha textos de Nikitin explicando o valor da “Ideia Branca” – e toda a construção de contexto sugere fortemente que não se trata da causa da Guarda Branca da Guerra Civil Russa em 1918, mas uma ideia racial.  Rapidamente também chegamos nos conteúdos do movimento Centuria, movimento criado pelo Azov para “preparar jovens” e realizar ações diretas.

Como observa a Zaborona, Nikitin desapareceu entre 2018 e 2019. A revista Der Spiegel alega que conseguiu informações com a segurança ucraniana que por volta de outubro de 2018 Nikitin foi preso por envolvimento na manufatura de metanfetaminas. A revista online Zaborona não conseguiu verificar essa informação pois a polícia ucraniana disse que as informações eram sigilosas. É importante ter em conta que em 2018 o Azov estava tendo alguns problemas com a justiça, inclusive com a polícia nacional fazendo uma busca em apreensão na fábrica ATEK – que servia como base militar e campo de treinamento do Batalhão ao mesmo tempo de sede do movimento político. A pressão judicial sobre o Azov se relaciona a um conflito entre a presidência ucraniana e o então ministro do interior Arsen Avakov, padrinho dos azovistas.

Como podemos ver, Denis Nikitin não apareceu do nada e suas atividades já foram registradas no passado. O grupo de voluntários russos que ele lidera na Ucrânia também não surgiu do nada. No dia 24 de maio de 2022, a Fundação Rosa Luxemburgo publicou um dossiê que identificava Nikitin como uma peça importante no sistema que alimenta as forças ucranianos com voluntários da extrema direita. A unidade RDK só foi anunciada em agosto e desde então ela vem aparecendo publicamente de várias maneiras. No dia 21 de outubro, Nikitin ao lado de dois camaradas deu uma coletiva de imprensa na Interfax Ucrânia, onde publicaram um memorando anunciando os objetivos do grupo descrito como “político-militar”. No mesmo mês, o líder concedeu uma entrevista presencial para o canal ucraniano TSN. A apresentadora descreve “voluntários russos que lutam pela Ucrânia”. A entrevista é acompanhada por uma colagem de vídeos que os voluntários fizeram de suas ações. Também em outubro o RDK deu uma entrevista para Mark Solonin.

Uma das primeiras declarações na página da unidade foi uma explicação sobre o símbolo, desenhado no início dos anos 30 por Viktor Larionov para representar a “Ideia Branca” (no caso, referência aos monarquistas da guerra civil russa). O símbolo já vinha sendo utilizado na extrema-direita russa e como emblema do “Centro Russo” na Ucrânia. Como os próprios combatentes nos informam em seu serviço de imprensa, Larionov apoiou os esforços de guerra do Terceiro Reich desde 1939 (diferente dos emigrés russos que passaram a apoiar somente depois que Hitler atacou a União Soviética em 1941) e foi membro do Exército de Libertação Russo (conhecido como “ROA”, de  Russkaya osvoboditel’naya armiya) do colaboracionista Vlasov. “Rejeição de qualquer forma de cooperação com o sucessor do regime soviético”, diz a declaração, que depois faz referência a um texto de Nikitin: “Putin está destruindo os russos como grupo étnico” com o conceito de “nação política”, afirma – junto do texto, um vídeo de propaganda russo em que pessoas de várias etnias e cor de pele andam juntos em direção à estátua que representa a vitória de Stalingrado.

Logo na sua fundação o RDK também esteve no centro de uma polêmica: Ilya Ponomarev, ex deputado russo exilado na Ucrânia, disse ter reunido o RDK com outros dois grupos armados para assinar um termo de cooperação, o que foi negado pelos membros do RDK. Ponomarev tenta se apresentar como líder uma espécie de parlamento no início e coordenador da “resistência armada contra o regime”, se colocando como porta-voz do grupo “Exército Republicano Nacional”, que reivindicou o atentado que vitimou Daria Dugina em Moscou. Desde 2014 o político vem aprofundando suas relações com os Estados Unidos e com a Ucrânia (o que inclui associação ao Center for Strategic and International Studies de Washington).

No dia primeiro de novembro de 2022, o canal Belarus live fez uma entrevista com um soldado do RDK diretamente no front ucraniano. No 16 de novembro de 2022, um dos membros da formação armada deu uma entrevista para o jornal “Nova Voz” da Ucrânia. No título, “a história de um russo lutando nas Forças Armadas da Ucrânia”. Segundo a reportagem, o RDK tem pelo menos cem membros. Chamado de “Fortuna”, o soldado é descrito como um “radical de direita”. Também em novembro, Nikitin aparece em um vídeo armado com um colega agradecendo ajudas financeiras para a compra de um Renault Duster para a unidade.

No dia 21 de novembro de 2022 Nikitin deu uma entrevista para o jornalista Oleg Kashin em que mostra sua identificação militar ucraniana e declara que o  RDK é legalmente parte das Forças Armadas da Ucrânia (por volta dos 28 minutos). Poucos minutos depois o entrevistador pergunta em tom provocativo se o RDK aceitaria um judeu, ao que Nikitin responde que a unidade é de “russos étnicos, portanto não” e, perante a insistência de Kashin, Nikitin diz que poderiam “considerar casos individuais”. Mais tarde o grupo publicou um comentário sobre a entrevista, com alguma indignação: “estamos lutando contra a sombra do GULAg”. O grupo declara que alvos na Federação Russa são legítimos, incluindo seções dos partidos Rússia Unida, Partido Comunista da Federação Russa e Partido Liberal-Democrático da Rússia.

No dia 2 de janeiro de 2023, o RDK publicou um texto em que diz ser parte oficial das Forças Armadas da Ucrânia, com os combatentes recebendo salários, documentos militares e contratos. Naquela altura declaram ter participado de “ações partisans” em Bucha, infiltrações em Kherson e Cherniv e atividades subversivas no sul junto com os soldados do grupo Bratstvo – inclusive declaram que participaram da ação do Bratstvo que foi acompanhada por uma repórter do New York Times. No final, os “camaradas caídos” são louvados por terem “dado as vidas na luta contra a praga do Neo-Bolchevismo e do Eurasianismo”. No mesmo texto o grupo agradece o Conselho Cívico, pois permitiram a criação de um comitê de mobilização e “abriram a janela para a Europa” e a possibilidade de “promover nossos interesses na emigração russa ao redor do mundo”.

O Conselho Cívico da Ucrânia é uma organização que foi anunciada em Varsóvia (Polônia) no dia 2 de novembro de 2022, com o objetivo declarado de coordenar ações de “resistência na Rússia” e recrutar membros para cooperar com as Forças Armadas Ucranianas. O coordenador do Conselho é Denis Sokolov, especialista da Free Russia Foundation e conselheiro sênior do Center for Strategic and International Studies. As duas instituições são sediadas em Washington; a presidente da Free Russia é uma veterana do International Republican Institute (ligado ao Partido Republicano e presidido no passado por mais de duas décadas pelo falecido John McCain) e a fundação tem entre seus figurões Anton Shekhovtsov, acadêmico “especialista em extrema-direita” que defende políticas agressivas contra a Rússia (e que em 2021 sugeriu que a Rússia teria relações com a extrema direita ucraniana).

A secretária internacional do Conselho Cívico, Anastasia Sergeeva, declarou que o RDK é a única unidade russa das Forças Armadas da Ucrânia. Isso foi em maio de 2022 e Sergeeva pedia para o entrevistador para “aguardar e ver” o que eles estavam preparando. Sergeeva é ligada à fundação polonesa “Por uma Rússia Livre”. Sokolov declarou em novembro para o The Insider de 2022 que já existiam 200 voluntários e que o trabalho estava sendo conduzido junto dos serviços especiais da Ucrânia, inclusive para “filtrar” os combatentes. O The Insider confirmou tal informação com uma fonte no GUR-MD (Diretoria Principal de Inteligência – Ministério da Defesa).

Em janeiro, os membros do RDK estavam em uma campanha pedindo doações para a compra de caminhonetes, o que envolve relações abertas com ONGs ucranianas.  No mesmo mês, Nikitin participou do programa online de Mikhail Svetov. Foi apresentado como comandante do RDK e declarou ser um residente permanente da Ucrânia, que está “defendendo sua casa” mas que já entende há anos que o estado russo é “anti-russo, anti-nacional”. Nessa entrevista Nikitin diz que os problemas legais dos combatentes na Ucrânia foram resolvidos pela criação da RDK, pois recebem salário, documentos oficiais e status de veteranos. Por volta dos 24 minutos, ao discutir a adequação do Estado ucraniano aos seus ideais políticos, ele fala de uma identidade de “nacionalista branco”.

No dia 14 de janeiro, compartilharam um vídeo de uma ação na Zarapozhia e dizem abertamente que estavam surpreendendo tropas russas usando o uniforme russo (uma violação das regras de guerra que pode ser retribuída). No dia 23 anunciaram que iam operar também terras russas e bielorrussas contra a “escória vermelha”. O comunicado foi acompanhada por um símbolo anticomunista.

No dia 26 de janeiro, afirmaram participar de uma ação militar de um grupo de operações especiais do GUR-MD na região do reservatório de Kakhovka. Eles publicaram um vídeo com trechos da ação noturna. Mais tarde, no dia 1 de fevereiro publicaram um vídeo de um soldado capturado na operação.

No dia 3 de fevereiro, compartilharam uma declaração assinada por Peter Weiss: “enquanto o Azov defende o direito da Ucrânia a sua Ideia Nacional, o RDK a única forma de oposição possível em 2022 e 2023 – uma luta implacável contra os governantes neo-bolcheviques da Rússia de hoje”. No dia 18 de janeiro, publicaram um texto sobre a “substituição demográfica dos russos” e a transformação da Rússia em um “Khanato Túrquico”. No dia 15 de janeiro, outro texto ideológico assinado por Weiss, defendendo uma ideia étnica de nação e que os russos não precisam de mais território.

No dia 7 de fevereiro, celebraram na Ucrânia o velório de um dos seus camaradas caídos, “Altai”, também em evento aberto, filmado e com elementos militares. Todas essas informações são abertas e verificáveis, envolvendo vários jornalistas e elementos desconhecidos entre si. É certo que o RDK já existia oficialmente e circulava nos meios ucranianos meses antes do ataque em Bryansk – o ataque em Bryansk não anunciou sua criação, só projetou sua reputação.

A página do Conselho Cívico publicou o vídeo-declaração do RDK em Bryansk às 7 da manhã do dia 2 de março, praticamente de forma simultânea com o RDK – a página de Alexey Levkin também foi uma das que compartilhou o vídeo com maior rapidez. No horário das 11 horas, o Conselho emitiu uma declaração em russo e inglês, chamando os membros de RDK de “parceiros”, que confiam na declaração deles e no “ganho” da ação. Sokolov foi para a Kyiv TV logo no mesmo dia confirmar e propagar a ação do RDK em nome do Conselho Cívico. 

O Conselho Cívico defendeu “orgulhosamente” Nikitin e seus camaradas da indignação de uma oposição liberal representada por Fedor Krasheninnikov (também ligado a Free Russia Foundation e ao Wilson Center), que escreveu para a versão russa do DW que tal projeção de ativistas de extrema-direita (e de Nikitin, que ele associa diretamente ao racismo e neonazismo) seria fazer o jogo da propaganda do Kremlin, acrescentando que é improvável que os membros da RDK sejam “agentes provocadores” mas que são no fim “idiotas úteis”.

Membros RDK
Membros RDK


Não obstante o papel do Conselho Cívico, é o próprio RDK que está se projetando na mídia como interlocutor central a respeito dos fatos do dia 2 de março. Nikitin deu uma entrevista ao portal Poslezavtra em que ele declara que falou diretamente com o presidente da Ucrânia (Zelensky) para garantir o status oficial de sua unidade – ele diz de forma categórica que o RDK é uma unidade das Forças Armadas da Ucrânia. Ele também compartilhou algumas posições ideológicas: na Ucrânia ele estaria “lutando pela liberdade” e que por ele a Rússia pode se fragmentar, desde que sobre um território para os “russos étnicos” (“pode ser do tamanho de Moscou”). O portal Poslezavtra prega ações terroristas e de sabotagem contra o atual estado russo, divulgando inclusive ações de alguns extremistas de esquerda, mas com uma linha editorial inclinada para a direita e profundamente anti-soviética. 


No dia 9, Nikitin foi aos estúdios do Canal 5 dar uma entrevista de mais de 30 minutos.

Na UATV, reportaram que o ataque foi responsabilidade do RDK e que Nikitin seria um “neonazi conhecido”. Os especialistas consultados, no entanto, apresentaram um tom positivo ao falar sobre o grupo: seja elogiando o caráter “motivado” desses “jovens que pertencem a rede de Maksim Tesak”, seja observando uma suposta tendência de revolta na Rússia.  A UATV pertence ao serviço estatal ucraniano de informações.

Porta-voz da inteligência ucraniana, Andriy Yusov fez a declaração amplamente reportada: “A Rússia é uma entidade instável, com muitas questões não resolvidas, contradições, conflitos – inter-étnicos, inter-regionais, sociais, políticos, entre outros” e que alguns cidadãos da Federação Russa se “insurgir para derrubar o regime de Putin é um desenvolvimento natural da situação”.

Para o Hromadske, Yusov disse que o RDK são “pessoas que, com armas nas mãos, estão lutando contra o regime de Putin e aqueles que o apoiam” e que “talvez os russos estejam começando a acordar”. Já a Rádio Hromadske reproduziu a declaração do porta-voz da inteligência e respondeu o que são os Corpos de Voluntários Russos: “uma unidade militar das Forças Armadas da Ucrânia, formada em agosto de 2022 para proteger a Ucrânia da invasão russa (…) parte da Legião Internacional do Exército Ucraniano”, sem mencionar qualquer aspecto ideológico.  Hromadske é um projeto de mídia voltado para o “ideal de sociedade civil” e financiado principalmente pela International Renaissance Foundation, principal braço ucraniano da Open Society Foundations (são projetos financiados por Soros).

Até Rádio “Europa Livre”  no seu serviço ucraniano (Radio Svoboda) fala da infiltração de Nikitin como um fato. A Rádio Svoboda chamou o Corpo de Voluntários Russos de “uma formação de russos lutando ao lado da Ucrânia contra a agressão russa”.. Em seu programa de formato televisivo, Radio Svoboda reproduziu a versão da inteligência militar como gancho para falar sobre os Corpos Voluntários e uma entrevista com Denis Nikitin e um dos seus camaradas. Se refere “a visões neo nazistas do passado” de Nikitin para em seguida colocar um trecho de uma entrevista com ele (que foi editada, não está completa) em que ele postula um dos seus temas favoritos: a contraposição entre a “nação política” a “nação étnica”, pontuando que os vídeos das tropas da Federação Russa são “engraçados” porque são “kalmyks, yakuts” enquanto os voluntários que estão com ele são “russos étnicos”. Seu companheiro em seguida explica como Kiev foi um “centro civilizacional da Europa do Leste” e que para os voluntários a guerra hoje é uma guerra civilizacional entre “liberdade e escravidão”.

O que vem a seguir no programa, a entrevista com o conselheiro e porta-voz de Zelensky, Mykhailo Podolyak, é mais interessante pelo fato de que ele não consegue responder sem enrolar a respeito da relação do grupo de voluntários russos com as Forças Armadas da Ucrânia e a Defesa Territorial. Pressionado pelo jornalista que está preocupado com a possibilidade dessas pessoas “tirarem credibilidade da Ucrânia”, o porta-voz leva a entrevista para uma questão sobre “russos escravizados pelo regime”; quando ele se vê obrigado a voltar para a questão inicial, ele tenta explicar que existe um “diferente componente legal” na relação do comando ucraniano com tropas formadas por não cidadãos. O jornalista tenta encaminhar uma conclusão: então o porta voz não sabe responder sobre a relação desses soldados com o exército ucraniano? 

O porta-voz apenas respondeu que o exército ucraniano não mandou grupos de sabotagem para Bryansk. O jornalista insiste: “você não sabe se os sabotadores que acabaram em território da Federação Russa são empregados das Forças Armadas da Ucrânia”; o porta-voz se irrita pois o jornalista estaria implicando a Ucrânia em um ataque na Rússia, o bate-boca prossegue com o jornalista dizendo que só quer clareza e o porta-voz rebate que ele está repetindo a tese de Putin. Ainda irritado, o porta-voz tenta elaborar a explicação que ele deu anteriormente: os homens que participaram da ação podem ter alguma relação com as Forças Armadas da Ucrânia, mas o que eles fazem na Rússia é problema deles, “podem fazer o que eles quiserem e se chamarem como quiserem”. Depois a discussão evolui em uma direção mais harmonizada entre o programa e o entrevistado: “seria este o início da desintegração da Rússia?” Falando de movimentos “partisans”, divisão de poder entre a criminalidade e reivindicações étnicas – a emissora acompanhou com uma inscrição na tela do nome irônico “República Popular de Bryansk”. O porta-voz conclui insistindo que a Ucrânia não realizou essas ações e o jornalista justifica suas falas dizendo que só queria verificar os fatos porque afinal não seria ilegítimo caso existisse relação, fazendo uma comparação de ações de sabotagem dos Aliados contra Hitler.

O que resta para a audiência? Esses russos são partisans revoltados, se eles têm relações com as Forças Armadas foi porque “ajudaram a defender a Ucrânia” mas as Forças Armadas “não tem nada a ver com isso”, porém se tivessem também seria legítimo afinal e tudo vai bem quando acaba bem.

No dia 26 de fevereiro (antes do ataque), o secretário do Conselho Nacional de Segurança Oleksiy Danilov declarou que estamos diante do início da “fragmentação da Rússia”. No dia 02 ironizou os ataques falando de “milícias antifascistas” e “início da decolonização da Rússia”, em seu Twitter.

A Espresso TV – que ficou famosa como uma espécie de “emissora online do Euromaidan” – tratou da questão no programa “Clube Político” de VItaly Portnikov, título: “A guerra chegou na Rússia”, com um especialista militar ucraniano e outro israelense. O coronel reformado ucraniano chama a ação de “antifascista” com um pouco de vacilação e que isso é de alguma forma natural para a população russa; o israelense fala da necessidade “militar e psicológica” de se transferir a guerra para o território inimigo. Portnikov também escreveu uma coluna de opinião para a Radio Svoboda dizendo que Putin vai usar o FSB para “espalhar o caos na Rússia” e assim “justificar a guerra”.  O jornalista costuma dar opiniões linha dura contra a Rússia: no dia 2 de fevereiro, por exemplo, ele disse que o erro do Ocidente foi achar que a Rússia podia ser controlada depois da Guerra Fria, que a Guerra da Chechênia é um marco que já chamava por uma intervenção ocidental e que as guerras continuarão se o Ocidente não intervir a favor da Ucrânia, da Geórgia (contra os separatistas ossétios e abkházios) e na questão do Karabakh, além de fazer valer os “valores e princípios” universais – de forma algo sutil sugere que a integridade territorial da Rússia não deveria ser respeitada.

A pregação a favor da desintegração da Rússia está cada vez mais forte nos meios ucranianos. Ano passado, no dia 23 de junho, a Comissão de Segurança e Cooperação na Europa (CSCE), ou U.S. Helsinki Commission, agência da União federal dos Estados Unidos, realizou o evento com o nome “DECOLONIZING RUSSIA”, “Descolonizando a Rússia” defendendo essa linha, que vem crescendo desde então. Como vimos, mesmo o “nacionalista russo” Denis Nikitin e seu grupo não são contra isso – na verdade eles sonham com um pequeno território exclusivamente russo, sem outras etnias. Tal posição não é novidade no nazismo russo: um dos ideólogos antecessores da geração de Nikitin, Alexey Shiropaev, pregava exatamente isso (e apoia a Ucrânia como “verdadeira representante da raça russa”). O número de ações de terrorismo e sabotagem também vem se multiplicando no território da Federação Russa, e pequenos grupos subversivos vem reivindicando essas ações na internet, que são todas compiladas e reproduzidas em um sistema de distribuição que produz belos infográficos e propagandas. Algumas dessas ações são de supostos grupos nacionais e nas mesmas páginas vem sendo divulgado um mapa da Rússia totalmente fragmentada e uma lista de canais associados à cada movimento nacional.

As ações em Bryansk não são sem precedentes, mesmo que as do início de março tenham sido mais incisivas e espetaculares. Ano passado membros do Batalhão Bratstvo foram mortos pela segurança interna fazendo uma infiltração. Depois, no dia 5 de março, o grupo especial “Kraken” – que é um subproduto do Azov – explodiu uma torre de observação em Bryansk.

Reação midiática

A mídia ocidental quase não continuou reportando sobre as incursões em Bryansk: pararam nos títulos “Ucrânia nega”, “Ucrânia diz que foi provocação”. Porém ocorreram desdobramentos importantes.

Fazendo um busca em inglês nos deparamos com silêncio sobre o assunto nos portais de notícia. A France24 reportou no final de uma nota sobre outro grupo de sabotadores mortos na Rússia, do Bratsvo. Outro que deu a notícia em inglês foram o Novinite búlgaro e o árabe Al Mayadeen. Se completamos a pesquisa com o nome de Nikitin, encontramos uma matéria do The Telegraph, mas que está fechada; também encontramos algo na versão em inglês do jornal Meduza e no Financial Times.. Fora isso, a esperança são perfis e blogs em sites como o Twitter. Em português, temos uma situação semelhante.

Na Folha de São Paulo, Igor Gielow citou o Corpo de Voluntários Russos e o vídeo, sem dar detalhes políticos e completando que “nada disso é comprovável”. Também afirmou que foram canais de Telegram “ligados às forças de segurança russa” que identificaram dois soldados como membros de “supostos grupos neonazistas ucranianos, mas, por ora, nada disso é verificável”. Gielow linkou um texto sobre a “narrativa russa de desnazificação” no trecho “suposto grupos neonazistas”, quando na realidade a história de Kasputin e do Corpo de Voluntários Russos não é difícil de verificar. Na escrita de Gielow, tudo que ele diz ter a ver com o Kremlin “não é comprovável” e ele diz que “alguns analistas vêem com desconfiança o incidente”, explicando que “para eles” pode ser uma operação de falsa bandeira – ele não completa que “nada disso é comprovável”. Ele dá espaço para a tese de que a Rússia simulou um ataque contra si mesmo quando hoje até os ucranianos reconhecem que de fato ocorreu uma infiltração.

Gielow não deu prosseguimento com novas informações, mesmo ele tendo estabelecido a importância da notícia dizendo que “tal intrusão mudaria o status do embate com Kiev” e que poderia servir para “escalar uma situação estabelecida”.

No Brasil de Fato, Serguei Monin escreveu um texto na direção contrária, que deu mais espaço para as posições saídas da Rússia, mas também não se debruçou na questão do grupo.

Na CNN Portugal, o major-general Isidro Morais pautou a organização como um movimento de resistência de russos “contra o regime de Vladimir Putin”, que “tem direito de estar ao lado da Ucrânia, que é o lado certo da história”.

O general ou qualquer jornalista deveriam se sentir livres para argumentar sobre a natureza do grupo de voluntários comandados por Denis Nikitin. Poderiam argumentar que a prioridade é combater a Rússia (“o lado certo da história”), como fazem alguns russos e ucranianos que defendem que as visões desses voluntários não importam pois “combatem pela liberdade”. Outros podem até tentar refutar as acusações. Porém, quando nos sonegam a informação não existe debate, não existe reflexão alguma e o que resta é curiosamente uma narrativa conveniente para os esforços de guerra dos Estados Unidos e do estado ucraniano (e quem fala de nazistas é propagandista russo).

No passado, quando alguns jornalistas sugeriam provocativamente que a Rússia teria interesse nas atividades de Nikitin no Ocidente como um “agente de desestabilização através do hooliganismo”, o critério jornalístico achava importante a exposição de sua vida e militância neonazista – agora que ele lidera uma grupo armado ao lado das Forças Armadas da Ucrânia ele deixa de ser uma figura digna de curiosidade ou averiguação?

Não é preciso exagerar a influência de Nikitin para reparar como é notável que suas visões se inserem organicamente em uma frente mais ampla do nacionalismo ucraniano, que é justificado mesmo por setores liberais, e a consequência desse nacionalismo ucraniano é uma política agressivamente contrária a existência de um estado russo unificado.

Fontes

https://tass.ru/armiya-i-opk/17226475 Ministério da Defesa anuncia “ataque de retaliação”, 09/03/2023

https://www.spiegel.de/panorama/justiz/rechtsextremer-kampfsportler-der-neonazi-krieger-aus-moskau-a-1253163.html  O Guerreiro Neo-Nazi, 14/02/2019

https://avchernov.ru/ukraina-ne-glavnaya/diversantov-v-prigranichnyj-klimovskij-rajon-privel-vnuk-proslavlennogo-tsirkovogo-rezhissera-i-veterana-vov-efima-karpmanskogo/ Os sabotadores foram levados ao distrito de fronteira pelo neto do famoso diretor de circo e veterano da Segunda Guerra Mundial Efim Karpmansky, 06/03/2023

https://www.themoscowtimes.com/2017/11/28/neo-nazis-and-illegal-fights-german-and-russian-a59718 How a Russian Neo-Nazi Became a Role Model for German Hooligans, 28/11/2017

https://zaborona.com/bijka-za-bilu-rasu/ A luta pela raça branca. Como o neo-nazi russo Denis Nikitin promove suas ideias na Ucrânia, e o que o Regimento Azov tem a ver com isso

https://www.kommersant.ru/doc/2229286 “Queremos fazer política, não subcultura” 15/07/2013

https://www.theguardian.com/sport/2018/sep/11/far-right-fight-clubs-mma-white-nationalists Clube de luta fascistas: como nacionalistas brancos usam MMA comouma ferramenta de recrutamento, 11/09/2018

https://de.wikipedia.org/wiki/Nationaldemokratische_Partei_Deutschlands Nationaldemokratische Partei Deutschlands (NPD)

https://avtonom.org/news/white-rex-v-evrope-sportivnoe-edinoborstvo-ugar-i-nacistskiy-voennyy-prestupnik “White Rex” na Europa: esportes de combate, intoxicação e um criminoso de guerra nazi, 23/09/2013

https://www.propublica.org/article/robert-rundo-denis-nikitin-hooligans-europe-hate-group  Grupo de ódio americano busca amigos na Europa, 05/07/2018

https://zona.media/news/2018/05/07/blackwing Corte de Moscou decreta prisão in absentia de vocalista da banda de black metal neo-nazi M8l8th.  07/05/2018

https://www.vg.no/spesial/2017/det-hvite-raseriet/page/propagandaindustrien Indústria de Propaganda, 05/2017 (matéria realizada no ano anterior)

https://euroradio.fm/ru/turnir-v-kotorom-prinimal-uchastie-tesak-proydet-v-minske O torneio onde lutou Tesak será realizado em Minsk

https://www.rosalux.de/en/news/id/46588/how-foreign-far-right-volunteers-are-arriving-to-fight-in-ukraine Como voluntários estrangeiros de extrema direita estão chegando na Ucrânia, 24/05/2022

https://www.youtube.com/watch?v=RgnzHwKYL04 Coletiva de imprensa do RDK – Interfax Ucrânia, 21/10/2022

https://ru.interfax.com.ua/news/press-release/867194-amp.html Memorando RDK, 21/10/2022

https://t.me/russvolcorps/215

https://www.youtube.com/watch?v=4zYoGY96RSc entrevista TSN

https://www.youtube.com/watch?v=39owlJ3_qqc

https://nv.ua/ukraine/events/russkiy-dobrovolcheskiy-korpus-istoriya-voyuyushchego-v-vsu-rossiyskogo-dobrovolca-novosti-ukrainy-50284274.html A história de um russo lutando nas Forças Armadas da Ucrânia, 16/11/2022

https://t.me/russvolcorps/254 Nikitin agradecendo por Renault Duster

https://telegra.ph/Itogi-goda-01-02-2

https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%93%D1%80%D0%B0%D0%B6%D0%B4%D0%B0%D0%BD%D1%81%D0%BA%D0%B8%D0%B9_%D1%81%D0%BE%D0%B2%D0%B5%D1%82_(2022) Conselho Civil

https://www.4freerussia.org/aboutus/ Sobre a Fundação Free Russia acesso 09/03/2023

https://csis.academia.edu/DenisSokolov “Denis Sokolov

Center for Strategic and International Studies,  Russia & Eurasia Program,  Non resident senior adviser” acesso 09/03/2023

https://www.csis.org/ Center for Strategic and International Studies,  Russia & Eurasia Program

https://holod.media/2022/11/05/civil-council-wants-to-fight/ “Lave o sangue de suas mãos”: O Conselho Civil quer lutar, 11/05/2022

https://theins.info/news/256872 “O direito ás armas, como a liberdade, precisa ser conquistador” Ativistas russos vão mandar voluntários da Rússia para as Forças Armadas da Ucrânia, 10/11/2022

https://t.me/civiccouncil/92 vídeo do RVK compartilhado pelo Conselho Cívico

https://t.me/civiccouncil/96 STATEMENT OF THE CIVIС COUNCIL ABOUT THE EVENTS IN THE BRYANSK REGION ON MARCH 2, 2023

https://www.youtube.com/watch?v=eMyTjDuit1A Denis Sokolov comenta sobre as ações do RDK em Bryansk na TV Kiev, postado 03/03/2023 (transmissão 02/03)

https://t.me/civiccouncil/103 post na página do Conselho Cívico defendendo o RDK

https://www.dw.com/ru/kommentarij-ultrapravye-borcy-s-putinym-s-etimi-druzami-vragi-ne-nuzny/a-64873674  “Anti-putinistas de extrema direita – com amigos assim não precisamos de inimigos”, 03/03/2023

https://poslezavtra.io/smsl/prishlos/ entrevista com Nikitin

https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=Iw9P8IM0O9w&feature=youtu.be entrevista Nikitin Canal 5, 10/03/2023

https://uatv.ua/uk/zamist-ukrayinskoyi-drg-rosijskyj-rdk-hto-stoyit-za-podiyamy-pid-bryanskom-rozbyralysya-eksperty/ Ao invés de DRG ucraniano – o RDK russo: quem está por trás dos eventos próximos de Bryansk, 06/03/2023


https://www.youtube.com/watch?v=U9qDCrmRx6o White Rex com Mikhail Svetov, 16/01/2023

https://telegra.ph/Pravda-bez-imyon-02-03-2 Verdade não nomeada, 03/02/2023

https://telegra.ph/Russkij-krest-01-18 texto sobre substituição demográfica, 18/01/2023

https://telegra.ph/Net-russkih-krome-russkih-01-15 15/01/2023

https://www.radiosvoboda.org/a/news-hur-drh-bryanska-oblast/32296626.html Diretório Principal de Inteligência sobre a situação na região russa de Bryansk, 02/03/2023

https://hromadske.ua/posts/prodovzhennya-transformaciyi-rosiyi-gur-prokomentuvali-zitknennya-u-bryanskij-oblasti?fbclid=IwAR3J-IOSSZ4URRgGjmS5S4UAZ412XPy5YWYx6BfBYqsn6vj5tLdZkFdKpKs comentário de Yusov sobre a situação em Bryansk, 02/03/2023

https://www.radiosvoboda.org/a/news-rosiia-fsb-reid-brianska-oblast/32303845.html Rússia: FSB acusa participante de incursão na região de Bryansk de tentar assassinar o oligarca Malofeev “O serviço especial nomeou Denys Nikitin (Kasputin), que há poucos dias atrás fez uma incursão do território da Ucrânia para a região de Bryansk na Rússia… 

https://www.youtube.com/watch?v=3bjv-wz8aAc Rádio Svoboda quadro televisivo

https://www.radiosvoboda.org/a/mykhaylo-podolyak-viyna-putin/32298352.html transcrição da entrevista com Podolyak

https://twitter.com/Podolyak_M/status/1633085862786285568?cxt=HHwWgIC2sZK88aktAAAA louvando partisans bielorrussos


https://hromadske.radio/podcasts/tsey-tyzhden/zaklyk-derzhdumy-rf-oholosyty-spravzhniu-viynu-lukashenko-v-kytai-ta-polon-ditey-okupovanoho-berdianska-pidsumky-tyzhnia  03/03/2023


https://www.youtube.com/watch?v=KLMJeFOPWLI “A guerra chega na Rússia”.

https://www.radiosvoboda.org/a/putin-teroryzm-kerovany-khaos/32299002.html

https://www.radiosvoboda.org/a/vitaliy-portnykov-zakhid-rosia-viyna-pomylky-vysnovky/32252438.html A guerra da Rússia contra a Ucrânia e o Ocidente: erros e conclusões

https://news.bigmir.net/ua/ukraine/7182879-specpodrazdelenie-kraken-unictozilo-basniu-nabliudeniia-pod-brianskom The KRAKEN special unit destroyed the observation tower near Bryansk, 05/03/2023


https://www.novinite.com/articles/219082/Pro-Ukrainian+Russians+briefly+attacked+Russia%E2%80%99s+Bryansk+region+-+Putin+declared+it+%E2%80%9CTerrorist+Attack%E2%80%9D

https://english.almayadeen.net/news/politics/ukraines-russian-volunteer-corps-behind-attack-on-bryansk-re Corpo de Voluntários Russo por trás do ataque em Bryansk,  06/03/2023

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/03/putin-diz-que-russia-sofreu-ataque-inedito-e-cancela-viagem.shtml Putin diz que Rússia sofreu ataque inédito e cancela viagem, 02/03/2023

https://www.brasildefato.com.br/2023/03/03/guerra-se-aproxima-do-territorio-russo-e-conflito-pode-transbordar-para-outras-regioes Guerra se aproxima do território russo e conflito pode transbordar para outras regiões, 03/03/2023

https://cnnportugal.iol.pt/videos/corpo-de-voluntarios-da-russia-sao-partisans-e-podem-ser-responsaveis-pela-sabotagem-planeada-em-bryansk-mas-porque/6401dde40cf2c84d7fcaa698 Corpo de Voluntários da Rússia: são “partisans” e podem ser responsáveis pela “sabotagem planeada” em Bryansk, mas porquê?, 03/03/2023

https://www.youtube.com/watch?v=QOk0e-cQsz0&list=PLQ73gybhSVMMT13sCu2-56XBrWQmpNrwQ rádio Hromadske narrativa pro Bandera

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *