Algumas pessoas falham em identificar as lideranças de “grupos horizontais” pelo simples fato destes assumirem um modelo de organização horizontal ou declarar a ausência de lideranças.

Isso aconteceu na época em que se falava do MPL (Movimento Passe Livre) e do Fora do Eixo de Pablo Capilé.

Existe uma diferença entre o representante que vai dar entrevista no Roda Viva, fala pelo movimento num grande meio de comunicação, e o “representado”, militante comum.

Lideranças surgem organicamente em um movimento – a ausência de mecanismos formais de democracia interna, que indiquem cargos internos, em nome da “liberdade” acaba por reforçar a liderança de um núcleo duro que se questionado se desviará da responsabilidade e dirá que “não manda em nada”.

“Não tem liderança”. É “horizontal”, no entanto existe uma diferença entre a maioria das pessoas e quem participa das reuniões que definem trajeto, quem vai se encontrar com o prefeito, quem negocia com poder público e quem serve de porta-voz. No caso do MPL existe ainda um “núcleo duro” que organiza as manifestações já faz alguns anos. Quem dá a linha é liderança, não importa o quão “horizontal” a organização se apresente, não importa se falam que “não temos liderança”.

No mais, no que concerne ao Fora do Eixo, não faz sentido tomar parte em um movimento que consiste em afirmar o poder da palavra, da comunicação, da veiculação de ideias, e acreditar que Capilé ou Torturra são “quaisqueres”, justamente os porta-vozes, justamente os que vão lá falar no Roda Viva.

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